Sabores da serra e da terra
A par da paisagem natural, do ar puro, das águas cristalinas e do património edificado, as gentes de Manteigas convidam a sentar-se à mesa para saborear os paladares da serra e da terra.
Para início do repasto, nada melhor que a degustação dos enchidos – chouriça, farinheiro e morcela, sem esquecer os queijos de ovelha e de cabra.
A tradição manda de seguida servir o caldudo, um caldo de castanhas secas (piladas) ou a sopa de abóbora.
Seguem-se as trutas, fário ou arco-íris de produção local, que podem ser confecionadas das mais diferentes maneiras, dependendo do gosto e da ousadia do paladar.
A feijoca guisada com carnes de porco assume nesta mesa uma relevância especial, uma vez que se trata de um produto enraizado na agricultura local.
A feijoca de Manteigas, variedade de feijão graúdo que ao ser cultivada em altitude e regada pelas águas cristalinas da bacia do Zêzere, adquire um sabor único, de textura aveludada, merece ser divulgada, mas, principalmente, degustada.
Neste contexto, a Câmara Municipal de Manteigas implementou o Regulamento Municipal de Incentivo à Produção da Feijoca, atenta às tradições agrícolas concelhias e à aptidão do solo local para a produção agrícola, pretendendo combater o crescente abandono das terras, fomentar a maior sustentabilidade das famílias do concelho, preservar o solo e o meio ambiente e privilegiar a utilização dos recursos locais, dignificando a agricultura, os seus agentes e o meio económico.
Importa ainda destacar o cozido à serrana, as febras de porco em vinha d’alho e o feijão cozido no forno.
Ao nível dos doces não podemos descuidar o requeijão com doce de abóbora, o arroz doce e ainda o bolo de crista, os bolos de leite, as cavacas, os esquecidos e os pastéis de feijoca.
Para finalizar, a aguardente de zimbro, ou uma jeropiga, que na época devida assenta sempre bem com a castanha assada.
O pão centeio ou a broa de milho complementam a mesa com os «Sabores da serra e da terra».