Conforme é do conhecimento público, o conhecido grupo hoteleiro Vila Galé Internacional – Investimentos Turísticos SA, escolheu Manteigas para investir na Serra da Estrela com a construção de um grande hotel de 4 estrelas – o Vila Galé Manteigas. O local elegido para a sua edificação situa-se no lugar da Fonte Santa, perto do Viveiro das Trutas, numa estrema do perímetro urbano de Manteigas, em zona classificada, maioritariamente, no Plano Diretor Municipal (PDM) como “Espaço de Atividades Económicas”.
Apesar de quase na generalidade se situar nesta classificação, o terreno assemelha-se a uma península rodeada de solos com várias condicionantes: de zona de proteção do Parque Natural da Serra da Estrela, da Reserva Ecológica Nacional, perto da margem do Rio Zêzere e dentro do perímetro alargado de proteção das Caldas da Fonte Santa. Ou seja, a câmara municipal teve legalmente de consultar quatro entidades diferentes da administração central para se pronunciarem sobre o projeto. Trata-se de uma situação normal num concelho plenamente integrado no Parque Natural da Serra da Estrela e onde o património natural é avassalador quando comparado com o património edificado.
Duas das entidades consultadas deram inicialmente parecer desfavorável. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), porque considerou que a implantação do edifício invadia ligeiramente (menos de 5%) a zona de proteção parcial, e a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), porque considerou o volume de escavação excessivo para implantação das caves subterrâneas para estacionamento automóvel.
Devido a estas circunstâncias o promotor viu-se obrigado a produzir alterações ao projeto inicial. As alterações foram realizadas e, muito recentemente já foi emitido parecer favorável do ICNF quanto à implantação do edifício e apreciação favorável por parte da DGEG quanto à escavação proposta (que foi reduzida substancialmente). Ou seja, o projeto de arquitetura encontra-se em condições de, em breve, merecer decisão favorável global.
Durante este percurso, que ainda não se concluiu, houve dois atributos que estiveram permanentemente presentes. Por um lado, o entusiasmo do promotor em levar sempre por diante o projeto, e, por outro, o empenho dos serviços municipais na superação das barreiras que iam aparecendo. Porque Manteigas vale mesmo a pena!