Natural de Manteigas, onde foi batizado com o nome de Vasco Pereira de Matos Preto. Atinge a patente de comandante sendo responsável pelo comando da Chaimite, uma embarcação de guerra munida de dois canhões Hotchkiss de calibre 47 e 40 mm e duas metralhadoras Nordenfelt de 11,4mm de calibre. Em plena 1ª Grande Guerra esta embarcação encontrava-se na foz do rio Rovuma, no norte de Moçambique. Convivia diariamente com o perigo, ordenando os seus marinheiros e organizando toda a armada, sendo a sua dedicação ao trabalho uma demonstração do seu amor pela Pátria. A superioridade numérica dos alemães esmagava os esgotados esforços portugueses. Assim, o Comandante Matos Preto é posto em cativeiro alemão durante algum tempo, após um ataque perpetrado pelos germânicos no dia 26 de Maio de 1917. Meses mais tarde, o comando inimigo faz-lhe uma proposta muito aliciante. Em troca da sua liberdade, os alemães queriam que o comandante português não voltasse a lutar. Esta oferta foi de imediato recusada, uma vez que este homem preferia a morte do que abandonar as suas funções. Desta forma, ficou detido até ao dia 29 de Novembro de 1917, quando devido à intensa pressão inglesa, os alemães se desfazem dos presos de guerra.
No jornal Estrela da Beira de 12 de Abril de 1925 podemos ler o seguinte “era um militar brioso e valente, um marinheiro que muito honrava a farda que vestia e a corporação de que fazia parte. Se há que rever a biografia dalguns heroes da guerra de 1914, apreciando devidamente o papel que nela representaram, não está nessas condições a de Mattos Preto a não ser para que se torne bem conhecida do paiz inteiro, que mal o conheceu e talvez dele já não guarde lembrança. Prisioneiro dos alemães, por ocasião da famosa passagem do Rouvuma, não quis tomar o compromisso de não voltar a combate-los, em qualquer campo de batalha, durante a guerra em curso, e por esse motivo o conservaram preso durante meses, sujeitando-o a privações, sem nenhuma consideração pela sua carreira militar. Foi nestas condições que Matos Preto contraiu a doença de que veio a morrer, a tuberculose, deixando a família, que lhe enchia o coração e lhe abrasava a alma, em precárias condições.”. O fatídico dia aconteceu a 19 de Junho de 1922.
Por ser um homem de carácter inigualável, foi dado o seu nome a uma das ruas da vila que o viu nascer. A via denominada por rua Comandante Matos Preto, inicia-se no largo Dr. João Isabel e termina no largo da Liberdade. A sua inauguração realizou-se num Domingo de Páscoa do ano de 1925, mais precisamente a 12 de Abril.